terça-feira, outubro 11, 2005

Uma vitória do povo, antes de mais, e de Aveiro.

"Uma vitória do povo, antes de mais, e de Aveiro, em geral", foi como Élio Maia, o novo presidente da Câmara de Aveiro, ontem eleito, à frente de uma candidatura conjunta PSD/CDS-PP, qualificou a vitória inesperada, mas em toda a linha, sobre o socialista Alberto Souto cinco vereadores em nove, contra quatro do PS na Câmara; 16 vogais contra nove, na Assembleia Municipal, e 10 das 14 freguesias.

"Não foi uma vitória de ninguém em particular, mas de Aveiro, de todo o concelho e dos valores da liberdade, da tolerância e da democracia", acrescentou Élio Maia.

Nas primeiras palavras do candidato vencedor, à chegada, depois das 23 horas, à sede de campanha, em S. Bernardo (onde é presidente da Junta há 16 anos), destacou que "durante estes anos as pessoas foram pouco ouvidas".

"Queremos que as pessoas participem activamente, queremos que se empenhem e que sejam elas os arquitectos e os engenheiros deste concelho", afirmou.

Contudo, Élio Maia torneou a questão de qual será a sua primeira medida na qualidade de presidente da Câmara e preferiu não comentar a decisão de Alberto Souto de não ocupar o lugar de vereador. Souto tinha anunciado a decisão - "a minha candidatura era à Presidência da Câmara", disse - uma hora antes, num breve discurso, em que reconheceu a derrota e desejou "os maiores sucessos" a Élio Maia. "Aveiro bem precisa do seu sucesso", afirmou, assumindo todas as responsabilidades e remetendo a análise política da derrota para mais tarde. "Os aveirenses fizeram outra escolha. Possivelmente, fomos nós que não conseguimos convencê-los de que as nossas propostas eram as melhores", rematou.

O centrista Capão Filipe, número dois da candidatura "Juntos por Aveiro", foi o primeiro membro da equipa de Élio Maia a comentar os números, numa altura em que ainda faltava apurar os resultados de freguesias da importância de Vera Cruz e Esgueira, mas já se ouviam as primeiras buzinas na Lourenço Peixinho, principal avenida da cidade. "A derrota de Alberto Souto", disse o futuro vice-presidente da Câmara, "é , antes de mais, a vitória desta devoção por Aveiro, que os aveirenses viram em Élio Maia e na coligação. Estava em causa, sobretudo, a viabilidade de Aveiro. Aveiro estava a perder qualidade de vida".

"Ao menos, Élio Maia não tem a postura arrogante de Alberto Souto", afirmou o candidato do BE, Vaz da Silva, questionado se a Câmara vai ficar melhor (ou pior) entregue a Élio Maia. Também António Salavessa (CDU), que falhou a sua eleição, reiterou a promessa de "apoiar o que for positivo e combater o que for negativo".